Polícia Civil abre investigação para apurar discussão entre Kannário e PM




Após protagonizar discussão com a soldado da Polícia Militar Tainá Gomes, em plena micareta de Feira de Santana, o cantor e vereador de Salvador Igor Kannário (PHS) vai ser investigado pela Polícia Civil. De acordo com o coordenador geral, delegado João Rodrigo Uzzum, o Comando de Policiamento Regional Leste (CPRL) oficializou o pedido de investigação para apurar os fatos.

"Recebemos a denúncia por parte da Polícia Militar e estamos na fase inicial, ouvindo as testemunhas. Recebi um CD e vamos analisar o conteúdo do que foi dito por ele (Kannário). É possível, sim, que ele seja chamado para depor posteriormente", explicou o delegado, acrescentando que ainda não há uma data para que o cantor e a PM compareçam à delegacia.

Em contato com o CORREIO, o produtor artístico e pessoal de Kannário, Alex Ferreira, informou que o cantor ainda não foi formalmente notificado pela polícia. "Vou entrar em contato com o setor jurídico. Até então, não temos informações além do que já foi divulgado", disse.


'Sou mais autoridade que você'
Kannário discutiu com a soldado Tainá Gomes na noite de domingo (21) durante sua apresentação na Micareta de Feira de Santana. O artista, que também é vereador de Salvador, teria se irritado ao ver a PM agredindo os foliões que seguiam seu trio.

"Você é só uma PFem. Eu sou mais autoridade do que você. Eu sou vereador. Me respeite, me respeite! Procure seu lugar", disse o pagodeiro, que voltou a cantar em cima do trio.

Momentos depois, ele pede para a banda parar e volta a falar para a policial. "Ela tá mandando eu tomar no meu c*. É uma policial mandando eu tomar no c*? Ela tem que me respeitar, pô", reclamou. Em seguida, ele seguiu com o show normalmente.

Dois dias depois, Tainá escreveu um desabafo por meio de suas redes sociais afirmando que se sentiu humilhada pelo músico. "Fiquei barbarizada com discurso dele, pois o que ele disse que falei (que vai ter que provar ) não faz parte do meu vocabulário, me senti humilhada como policial, como cristã e como mulher, que venci preconceitos para chegar até onde me encontro", escreveu a PM.

"Jamais esquecerei aquela situação vexatória na qual fui violentada moralmente sem direito de defesa e contraditório, mais grave as palavras afrontaram toda corporação", completou.

Por meio de sua assessoria, a Secretaria da Segurança Pública (SSP) repreendeu Igor Kannário e afirmou que tomaria providências judiciais para apurar o caso. "A SSP entende que levantar e instigar uma disputa de poderes em um evento público, inclusive desqualificando a centenária e respeitosa Polícia Militar não são condutas esperadas de um artista e membro do legislativo. Ressalta ainda que o fato está sendo avaliado e que, caso se configure desacato, a SSP tomará as providências judiciais cabíveis", dizia a nota. (Correio)