O reitor da Universidade Federal da Bahia (UFBA), professor e filósofo João Carlos Salles, proferiu a aula magna "Universidade Pública: Autonomia e desafios contemporâneos", marcando o início do novo período letivo da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia. A aula ocorreu no Auditório da Biblioteca, no último dia 26 de outubro, pela manhã.
Antes da aula magna, o poeta e cantor Jorge Lampa fez uma apresentação litero-musical revivendo clássicos do cancioneiro popular. A seguir aconteceu à composição da mesa de honra da solenidade, composta por autoridades acadêmicas.
Fizeram parte da mesa de honra, o reitor da UFBA, João Salles; o reitor da UFRB, Sílvio Luis de Oliveira Soglia; a vice-reitora Georgina Gonçalves dos Santos; os diretores de Centro de Ensino, Flávia Conceição dos Santos Henrique (CCS); Elves Lima Vieira (CCAAB); Clarivaldo Santos de Sousa (CFP); Danilo Silva Barata (CECULT); Edgilson Tavares de Araújo (representando o CAHL); e Maria Amélia de Pinho Barbosa (representando o CETENS).
O reitor João Salles, presidente da Sociedade Interamericana de Filosofia, abriu a aula magna citando o artigo 207 da Constituição Federal: "As universidades gozam de autonomia didático-científica, administrativa e de gestão financeira e patrimonial, e obedecerão ao princípio da indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão".
Ele discorreu sobre as ameaças a essa prerrogativa constitucional, nos âmbitos externo e interno.
Segundo Salles, atualmente acontece um conjunto de procedimentos desagregadores e que consolidam a quebra da áurea da universidade pública por parte de algumas pessoas, reacionárias, que apresentam fatos como se adeptos de um positivismo indigente. “Os positivistas, bem sabem, que os fatos não falam por si e sua apresentação nada tem de inocente e universal”.
O reitor alertou para o uso de “fatos selecionados, nos quais aparecem na mídia que a universidade pública é perdulária, os gestores públicos, incompetentes; e que houve, talvez, insensatez na expansão do ensino público federal”.
Para Salles, os gestores públicos serão bombardeados, por dúvidas externas, no sentido de existir da universidade, de eficiência, de gastos públicos necessários (e não do sentido de investimento no futuro de nossa sociedade), num momento de crise econômica e política que vive a sociedade brasileira. “Agora está em jogo um projeto de universidade”, alerta Salles.
“Para além de uma conjuntura de crise, a ameaça as universidades não é passageira; porque pode ameaçar o compromisso do Estado brasileiro com o financiamento da educação superior”. (Ascom - UFRB)